Uma das palavras que mais se ouviu nessa pandemia foi resiliência. As empresas precisam ser resilientes. O desenho da estratégia deve proporcionar resiliência.
Wladimir Palermo, começou uma discussão comigo sobre resiliência e construimos juntos o nosso entendimento do que é isso. O que nasceu daí:
O conceito emprestado da física é discutível quando aplicado ao mundo empresarial. O evento inesperado talvez tenha afetado a empresa porque o seu estado original era propício ao acontecimento. Voltar a esse estado original pré-evento pode não ser bom.
Antes da pandemia, as empresas já estavam pressionadas para um estado de permanente evolução. A inovação, a gestão flexível, a capacidade de adaptação eram as buscas mais essenciais da estratégia. Quem já tinha construído essa capacidade enfrentou melhor os desafios do momento.
Por essa razão, resiliência, no ambiente corporativo, precisa ser vista como a capacidade de se recuperar de eventos inesperados e retomar o progresso em novas bases estratégicas ainda mais sólidas.
A resiliência que interessa é a da capacidade de se transformar, de se adaptar, de se antecipar às mudanças. Estamos chamando isso de Resiliência do Mindset de Transformação.
Essa empresa resiliente, através das suas lideranças e colaboradores, em suas manifestações e ações, demonstra ter:
Um sólido posicionamento existencial: sabe para que existe e o que quer construir, tem valores compartilhados e os pratica em todos os níveis;
Lideranças inspiradoras, guardiãs, praticantes, fomentadoras e executoras desse posicionamento;
Tratamento respeitoso e justo de todos os colaboradores que, em permanente desenvolvimento, assumem suas responsabilidades e tomam decisões com base nos princípios;
Reconhecimento e respeito às interdependências do seu negócio que resultam no estabelecimento de relações de colaboração com todos os stakeholders;
Orgulho de como os clientes se apropriam, utilizam e incrementam o valor do que entrega a eles, gerando riqueza compartilhada;
Capacidade de equilibrar simultaneamente 4 perspectivas paradoxais de gestão:
Gestão da rotina baseada em monitoramento e conformidade;
Gestão da exceção voltada ao reconhecimento e resposta a situações não usuais;
Gestão da melhoria contínua para evolução e exploração das competências existentes;
Gestão da inovação disruptiva que aplica imaginação e criação sobre o novo e o desconhecido.
E é assim, com essa abrangência, que estamos conduzindo projetos de gestão estratégica e é o que recomendamos que você procure fazer na sua empresa.
Zero (rmzero), teimosia é parte importante da resiliência. Aprendi com o Nuno Santos que na psicologia positiva resiliência é a capacidade não se desviar dos propósitos perante obstáculos (isso aqui é teimosia) e de lidar construtivamente com as frustrações (isso aqui é evolução adaptativa). No mundo das organizações é bem isso: o propósito precisa ser firme, o caminho pode ser flexível.
Excelente a sintetização de alguns conceitos que eu, como pequeno empresário, sigo intuitivamente mas nunca fui capaz de teorizar. Uma vez devidamente conceituado, é muito mais fácil transmitir esse conhecimento dentro da empresa.
Talvez o mais difícil para mim seja distinguir resiliência de teimosia.